Um workshop sobre os produtos inovadores derivados de resina de base biológica teve lugar em 13-14 de Abril de 2020 como parte do projeto europeu INCREDIBLE. Este evento em linha reuniu dois mundos distintos: o da oleoresina proveniente da extração de resina e o do óleo alto proveniente da indústria do papel. O projeto SustForest+, que trabalha em estreita colaboração com a rede de inovação inter-regional INCREDIBLE sobre resina, tornou possível desenvolver processos de resinagem e transporte, calcular a pegada de carbono deste produto, criar um rótulo de origem europeia, desenvolver a rastreabilidade e monitorizar as tendências do mercado mundial.

Sobre este último ponto, Armand Clopeau (IEFC) apresentou durante a conferência o mercado internacional de gemas e as recentes tendências ligadas em parte à crise da COVID-19. Uma nota de conjeturas sobre este mercado já tinha sido publicada num anterior articulo do IEFC. No início de 2021, o preço da gema, colofónia e terebintina subiu acentuadamente, devido ao aumento da procura na Ásia, principalmente na China. Esta evolução é favorável para o desenvolvimento da resina na Europa do Sul.

O mercado de gemas está ligado ao mercado de óleos altos, apresentado por Michel Baumassy (Forchem), uma vez que estas duas matérias-primas têm um grande número de utilizações comuns. No entanto, a quantidade de óleo alto produzido em todo o mundo muda pouco de um ano para o outro porque é um subproduto do fabrico de papel. O aumento da produção de gemas é, portanto, a única alternativa real à utilização de resinas à base de petróleo.

Tem havido discussões sobre o desenvolvimento de novos materiais derivados de resina pela Universidade Politécnica de Valência, Espanha. No futuro, a colofónia poderá ser utilizada em maior escala na produção de materiais compostos e de materiais contendo nanopartículas na indústria alimentar. Esta investigação reflete o interesse renovado pela resina de pinheiro, impulsionado pela mudança de sensibilidades dos consumidores. Estas condições, apoiadas por tendências favoráveis do mercado, reforçam as perspetivas de desenvolvimento de novos produtos de origem biológica como alternativas aos produtos tradicionais à base de petróleo.

Por Armand Clopeau (IEFC)

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