Torcedoura
Rhyacionia buoliana (Denis & Schiffermüller) (Lepidoptera, Tortricidae)
Sinónimo: Evetria buoliana
Hospedeiros
Muitas espécies de pinheiro. O pinheiro silvestre (Pinus sylvestris) e pinheiro insigne (P. radiata) são mais sujeitos a ataques.
Identificação
- No Verão, amarelecimento das agulhas na parte superior dos raminhos.
- No Verão, presença de pequenos refúgios em teia, tecidos em torno dos gomos e agulhas circundantes, cobertos de resina e serrim.
- De Junho a Setembro, jovens lagartas, castanhas claras com cabeça preta, no meio das agulhas e gomos.
- Na Primavera acumulação notória de resina, formando galhas de resina, na base dos rebentos em desenvolvimento, sobretudo nos ramos superiores.
- De Março a Julho, presença de lagartas mais velhas dentro dos gomos em crescimento ou nas galhas de resina. As lagartas mais velhas são castanhas ou castanho arroxeadas, têm até 2 cm de comprimento, com a cabeça e escudo pretos. As lagartas R. duplana são mais pequenas e mais vermelhas ou cor-de-laranja; encontram-se escavando da ponta dos gomos para a base.
- Presença de gomos terminais forcados.
Danos
- Rebentos e gomos em desenvolvimento são minados e mortos ou danificados.
- Perdas económicas devidas às distorções do tronco: em forquilha, fustes bifurcados e ramificados, árvores anãs e arbustivas.
- Em pomares de semente de pinheiro manso, perdas na colheita devido à destruição dos gomos florais e ao ataque das pinhas pelas larvas.
Biologia
- Existe uma geração por ano.
- Os adultos voam entre Maio e Agosto (cerca de 2 meses em cada local).
- Os ovos são depositados individualmente ou aos pares em rebentos, gomos e agulhas.
- No Verão, as larvas começam por minar a base das agulhas, passando depois para os rebentos, onde invernam de Setembro a Março.
- As lagartas mais velhas minam os gomos em desenvolvimento durante a Primavera, e muitas vezes, as pinhas em crescimento também são atacadas; a ninfose ocorre dentro das galhas de resina (final da Primavera/ início do Verão).
- As gradações podem durar vários anos em povoamentos sob stress; a resposta do hospedeiro e os inimigos naturais são os principais factores reguladores das populações.
Factores de risco
- Praga dos estados iniciais de desenvolvimento das árvores, tipicamente entre os 3 e os 20 anos, em povoamentos abertos e com boa exposição solar; ausente em zonas de maior altitude.
- Frequentemente associada a condições ambientais que promovam o enfraquecimento das árvores (stress hídrico, secura estival, solos duros e pouco férteis).
- Plantações de espécies exóticas de crescimento rápido podem ser severamente atacadas.
Medidas de gestão
Monitorização
- Na Primavera, observação de árvores atacadas com distorções no crescimento ou com presença de galhas de resina nos gomos.
- Armadilhas de feromonas (final da Primavera até final do Verão) para avaliar o período de voo.
Medidas preventivas
- Promover boas condições de crescimento, escolhendo espécies adequadas ao local de plantação.
- Favorecer maiores densidades em povoamentos susceptíveis.
Meios de luta
- Não existem insecticidas contra esta espécie registados em Espanha, Portugal ou França.