Hilésina
Tomicus piniperda (L.) (Coleoptera, Scolytidae)
Sinónimos: Blastophagus piniperda, Dermestes piniperda, Myelophilus piniperda
Hospedeiros
Pinheiros (plantas do género Pinus), Abetos (Abies), Piceas (Picea) e Larícios (Larix).
Identificação
- Copa descolorida e rarefeita
- Descoloração e curvatura dos raminhos como resultado da alimentação efectuada pelos jovens adultos no período de maturação sexual (entre Abril e Fevereiro). Presença de resina nos raminhos como resultado do ataque dos insectos. No eixo dos raminhos, presença de uma galeria de nutrição, sendo por vezes visível, no seu interior, o insecto adulto. Os raminhos atacados podem cair e ficar no solo (Foto 1).
- Presença de resina e de serrim no tronco, nos orifícios de entrada do insecto (Foto 2).
- Presença de galerias subcorticais (uma galeria longitudinal com 2-2,5 mm de largura e 8-12 cm de comprimento) e várias galerias laterais larvares (Foto 3).
- No sistema de galerias, podem encontrar-se ovos, larvas, pupas e imaturos (Foto 4).
- Insectos adultos podem ser negros ou apresentarem o corpo acastanhado e o pronoto negro. O seu comprimento é de 3-5 mm.
Danos
- Os ataques de hilésina são geralmente fatais para as árvores enfraquecidas.
- Quando a população é elevada o ataque em massa pode conduzir à morte de árvores vigorosas.
- Os insectos são vectores do fungo causador do azulado da madeira.
- Os ataques de hilésina provocam danos nos raminhos o que leva a uma redução no crescimento das árvores e a uma desvalorização das árvores comercializadas como pinheiros de Natal.
Biologia
- Uma geração anual. As fêmeas põem ovos durante períodos consecutivos podendo dar origem a quatro gerações irmãs.
- Nas regiões quentes os adultos podem voar todo o ano desde que a temperatura seja superior a 9ºC; nas regiões mais frias, hibernam de Novembro até ao fim de Janeiro. Em algumas regiões, é possível observar a existência de dois picos de voo (um na Primavera e outro no Outono) os quais que poderão corresponder à co-existência de duas diferentes espécies (Tomicus piniperda e T. destruens).
- A fêmea constrói uma galeria vertical, subcortical, ao longo da qual vai realizando a postura. As larvas alimentam-se no floema durante pelo menos 55 dias
- Normalmente, apenas as árvores enfraquecidas, partidas ou derrubadas são atacadas. No entanto, em condições de gradações da praga, verifica-se o ataque a árvores vigorosas.
- Os adultos emergem em Abril/Maio e procuram raminhos para realizar o pasto de maturação sexual. Após o ataque aos raminhos, fazem uma galeria ao longo do eixo do raminho. O período de maturação sexual é longo, e pode ir até Outubro/Novembro.
- A espécie hiberna como larva ou adulto na base dos troncos ou nos raminhos.
Factores de risco
- Árvores enfraquecidas estão mais sujeitas aos ataques de hilésina. Os anos prolongados de seca, a ocorrência de fogos florestais e as tempestades são factores favoráveis para o desenvolvimento da praga.
- A manutenção, na mata ou nas zonas circundantes, de árvores partidas e afogueadas, bem como toros com casca, são factores que contribuem para o aumento das populações de hilésina e consequentemente para o risco de ataque desta praga.
Medidas de gestão
Monitorização
- Utilização de armadilhas iscadas com atractivos como etanol ou a-pineno.
- Utilização de árvores armadilha.
Medidas preventivas
- Não deixar na mata árvores recém cortadas nem ramas, principalmente de Outubro a Junho
- Remover árvores queimadas e afogueadas, principalmente de Outubro a Junho.
Meios de luta
- Portugal: Não são aplicados insecticidas no combate à hilésina
- França: A utilização de insecticidas deve ser restrita, podendo-se fazer a aplicação de Alfametrina ou de Deltametrina na madeira em estaleiro para prevenir o ataque às florestas circundantes (a utilização destes produtos é proibida na floresta).
- Em Espanha: A utilização de insecticidas deve ser restrita, podendo ser feitas aplicações de Alfa-cipermetrina, Deltametrina e Fenitrotião contra os adultos mas apenas em casos de grandes densidades populacionais.