Broca do eucalipto
Phoracantha semipunctata (F.) (Coleoptera, Cerambycidae)
Hospedeiros
Eucaliptos e outras Mirtáceas.
Identificação
- De Maio a Agosto, presença de placas de ovos brancos alongados (de alguns amais de 100) no tronco debaixo das lascas mortas do tronco ou em pequenas cavidades (Foto 1).
- Inchaços cinzentos no tronco causados pelas galerias larvares sob a casca.
- Presença de larvas branco amareladas, robustas e levemente achatadas nas galerias.
- Exsudações intensas avermelhadas nos troncos (fenóis) em resultado da resposta da árvore ao ataque do insecto.
- Amarelecimento das folhas, seguido da morte da árvore.
- Orifícios ovais (aproximadamente 1 cm) no tronco depois da emergência dos adultos (Foto 3).
- Adultos com longas antenas, típicas dos Cerambicídeos, de corpo vermelho escuro com 16 a 30 mm de comprimento, presentes no tronco debaixo de cascas velhas e soltas (Foto 4).
Danos
- Elevado risco de morte das árvores no ano final de ataque. As perdas de árvores são mais importantes em povoamentos instalados em locais inadequados.
- Se a árvore sobrevive, a qualidade da madeira é degradada pela presença das galerias larvares.
Biologia
- Normalmente tem uma geração anual. Em Verões quentes pode haver uma segunda geração incompleta em que os adultos emergem em Setembro (não há perigo das larvas resultantes desta segunda geração).
- Os adultos podem-se observar sobretudo de Maio a Setembro. Estão activos ao pôr-do-sol e durante a noite. Os ataques severos ocorrem de Junho a Agosto.
- As larvas alimentam-se sob a casca até atingirem o último instar. Próximo do fim do Inverno e início de Primavera as larvas maduras escavam uma câmara pupal no interior do lenho.
- Poucas larvas podem matar uma árvore.
- Os adultos são atraídos por árvores sob stress e toros recentemente cortados, que podem ser usados como armadilhas eficientes.
Factores de risco
- Árvores sob stress são mais susceptíveis ao ataque. Em consequência em anos secos pode haver uma grande mortalidade das árvores.
Medidas de gestão
Monitorização
- Uso de armadilhas de toros (8 toros com cerca de 2 m comprimento) instalados dentro das plantações com uma baixa densidade (1 armadilha por 50 ha) e cobertos de cola para capturar os adultos (Foto 4).
- Uso de armadilhas de intercepção de voo iscadas com folhas de eucalipto frescas.
Medidas preventivas
- Plantar os eucaliptos em locais apropriados, principalmente com mais de 600 mm de precipitação anual.
- Evitar o stress hídrico nas plantações.
Meios de luta
- Remover todas as árvores infestadas antes da Primavera para evitar novos ataques.
- No início de Junho começar a captura em massa com armadilhas de toros (1 armadilha para 20 ha), durante o período de voo dos adultos.
- Libertação em massa do parasitóide óofago Avetianella longoi (Hymenoptera: Encirtydae) durante o período de voo dos adultos (Foto 4).
- Uso de fungos entomopatogénicos como Beauveria bassiana (generalista e por isso menos efectivo que o parasitóide óofago).
- Promover a predação das larvas pelo pica-pau e a predação dos ovos pelas formigas.