Bóstrico pequeno
Orthotomicus erosus (Wollaston) (Coleoptera, Scolytidae)
Sinónimo: Tomicus erosus, Ips erosus.
Hospedeiros
Pinheiros (espécies do género Pinus), mas também Ciprestes (Cupressus), Cedro do Líbano (Cedrus libani), Abetos (Abies pinsapo) e Pseudotsuga (Pseudotsuga menziesii).
Identificação
- Copa descolorida (no início as agulhas ficam amareladas e posteriormente adquirem uma coloração castanho avermelhada).
- Presença de serrim amarelo/alaranjado no tronco, nos orifícios de entrada dos insectos (Foto 1).
- Presença de galerias subcorticais de tipo estrelado, formadas por 2, 3 ou 4 ramos (galerias de postura) (Foto 2). Quando existem apenas duas galerias opostas, o sistema de galerias aparenta ser constituído por uma única galeria longitudinal. As galerias de postura de O. erosus são muito mais pequenas (1,2 – 1,4 mm de largura e 2-8 cm de comprimento) do que as de Ips sexdentatus (3-5 mm de largura e até 1 m ou mais de comprimento).
- No sistema de galerias, podem encontrar-se larvas (brancas e em forma de C), pupas ou jovens adultos (imaturos). Os adultos têm 3 a 3,5 mm de comprimento e apresentam o corpo castanho escuro, quase negros e élitros estriados.
Danos
- Ataca normalmente árvores debilitadas causando-lhes frequentemente a morte. Em populações elevadas, ataca árvores vigorosas podendo igualmente causar-lhes a morte.
- É vector do fungo causador do azulado da madeira.
Biologia
- Apresenta 2 a 4 gerações por ano. As fêmeas põe ovos em vários períodos consecutivos originando até 4 gerações irmãs.
- As árvores são atacadas de Março a Outubro.
- Os insectos passam o Inverno na forma de pupa ou como adultos debaixo da casca da árvore.
- Normalmente, o bóstrico pequeno ataca árvores debilitadas, no entanto, em caso de grandes densidades populacionais, pode igualmente atacar árvores vigorosas.
Factores de risco
- As árvores em stress são mais susceptíveis ao ataque. Os anos prolongados de seca, a ocorrência de fogos florestais e as tempestades são factores favoráveis para o desenvolvimento desta praga.
- A manutenção, na mata ou nas proximidades da mata, de árvores partidas ou afogueadas bem como toros com casca são factores que contribuem para o aumento da populações e consequentemente aumentam o risco de ataque de bóstrico pequeno.
Medidas de gestão
Monitorização
- Utilização de armadilhas iscadas com etanol, a-pineno ou feromona sintética
- Utilização de árvores armadilha (renovadas frequentemente).
Medidas preventivas
- Não deixar permanecer no pinhal árvores recentemente cortadas no período de Março a Outubro
- Remover árvores partidas e afogueadas, principalmente de Março a Outubro.
Meios de luta
- Portugal: Não são aplicados insecticidas no combate ao bóstrico pequeno
- França: Aplicação de Alfametrina ou Deltametrina em estaleiro na madeira infestada para prevenir o ataque às florestas circundantes (a utilização destes produtos é proibida na floresta).
- Em Espanha: Aplicação de Alfa-cipermetrina, Deltametrina e Fenitrotião na madeira infestada em estaleiro para prevenir o ataque às florestas circundantes.