Gorgulho grande do pinheiro
Hylobius abietis (L) (Coleoptera, Curculionidae)
Hospedeiros
Todas as espécies de pinheiros (Pinus), pseudotsuga (Pseudotsuga) e picea (Picea).
Identificação
- Em árvores jovens ou plântulas presença de zonas descascadas no tronco ou ramos associadas a exsudações de resina (Foto 1).
- Frequentemente a parte superior da planta acima da zona descascada tomba ou morre (Foto 2).
- Na Primavera e fim do Verão os gorgulhos adultos podem-se encontrar nas árvores, especialmente em dias de céu encoberto. Os adultos são negros com manchas cremes, com 8 a 14 mm de comprimento, e apresentam um longo rostro com as antenas implantadas na sua parte terminal (Foto 3).
- Em pinheiros jovens podem-se encontrar dois outros gorgulhos: Pissodes castaneus (=P.notatus) e Brachyderes lusitanicus. No caso do P. castaneus as antenas estão implantadas na parte média do rostro, o gorgulho é mais pequeno (6-9 mm) e apresenta habitualmente coloração castanha com manchas cremes diferentes das do gorgulho grande. O Brachyderes lusitanicus é também mais pequeno (7-11 mm) e tem um corpo oblongo e preto. O rostro é muito mais curto e largo e as antenas estão inseridas na parte terminal.
Danos
- Os adultos do gorgulho grande do pinheiro podem causar danos severos em jovens plantações e plântulas.
- A actividade de alimentação dos adultos na casca do caule pode provocar o anelação e, em consequência, a morte das árvores jovens.
- A mortalidade ocorre sobretudo durante os dois primeiros anos depois da plantação e os danos mais importantes surgem no início da primeira estação de crescimento.
- As árvores sobreviventes apresentam menores crescimentos.
- Os danos são mais intensos em plantas pequenas e de crescimento lento.
Biologia
- Uma geração completa-se (do ovo a adulto) entre um a dois anos.
- Os adultos invernam nas toiças, árvores tombadas e na folhada do solo.
- Adultos alimentam-se de casca fina em Abril/ Maio e Agosto/ Setembro.
- Os ovos são postos na base das toiças e toros.
- A densidade populacional é muito variável e depende da disponibilidade de locais de postura e invernação (toiças e toros frescos).
Factores de risco
- Viveiros e plantações jovens próximos de áreas submetidas a corte raso, e, em especial, próximos de áreas ardidas são mais susceptíveis ao ataque, sobretudo porque os adultos se reproduzem e invernam nas toiças.
- As plântulas de pequenas dimensões têm mais dificuldade em superar os danos provocados pela alimentação.
- As plântulas/plantas sob stress hídrico são mais susceptíveis aos ataques.
- Plantas danificadas por um manuseamento pouco cuidado ou condições impróprias durante a conservação ou transporte são mais susceptíveis.
Medidas de gestão
Monitorização
- Observação do número de árvores atacadas e do nível de danos.
Medidas preventivas
- Remover o material adequado para as posturas, como toiças e toros frescos
- Em áreas vizinhas ou onde se realizaram cortes, esperar alguns anos antes da plantação permitindo que as populações Hylobius esgotem os seus recursos e diminuam.
- Escarificar o solo antes da plantação para expor o solo mineral. Isto diminui os danos porque os gorgulhos evitam permanecer em áreas com solo mineral puro.
- Usar toros armadilha para atrair os adultos, destruindo-os após a sua colonização.
- Escavar valas de 20-25 cm de profundidade em torno das jovens plantações, em particular se houver cortes rasos recentes na vizinhança (as valas só são efectivas se não houver, é claro, toiças e toros frescos na própria área plantada).
- In França nos buracos de plantação pode-se aplicar Carbosuflão.
Meios de luta
- Não há insecticidas registados em Espanha, Portugal ou França contra esta espécie.
- In França as plantas jovens podem ser tratadas com Permetrina ou Deltametrina.