Cancro do eucalipto
Botryosphaeria dothidea (Ascomycota, Dothideales).
Sinónimos: Botryosphaeria berengeriana, Botryosphaeria ribis.
Estado assexuado: Dothiorella sp.
Cancro devido a Botryosphaeria
Hospedeiros
Eucaliptos (Eucalyptus), pinheiros (Pinus), ciprestes (Cupressus) e várias árvores de fruto.
Identificação
- Presença de cancros no tronco e nos ramos e morte progressiva dos ápices (die-back).
- Evolução dos cancros: o primeiro sintoma corresponde à presença de zonas necróticas na casca (Foto 1). A casca fendilha em volta da lesão e subsequentemente aparece um exsudado vermelho escuro denominado quino (excreção de polifenóis) (Foto 2). Seguidamente, a casca destaca-se e o cancro torna-se evidente (Foto 3).
- Estes sintomas são normalmente observados no Outono.
Danos
- Progressivo dieback: morte do ápice das árvores devida à presença dos cancros na zona superior do tronco e/ou nos ramos mais altos (Foto 4).
- Ataques severos do fungo podem afectar o crescimento das árvores podendo mesmo ocasionar a sua morte.
- Os cancros e as bolsas de quino que se desenvolvem sob a casca tornam a madeira inutilizável.
- Os ramos laterais e o tronco podem quebrar no local do cancro.
Biologia
- B. dothidea pode colonizar as árvores sem exibir virulência (fase latente) até que as condições ambientais ou fisiológicas favoreçam a manifestação dessa virulência.
- Os esporos, mais abundantes em condições de humidade e a temperaturas elevadas, penetram na casca através de pequenas fissuras ou de feridas provocadas por insectos ou por causas mecânicas.
- A acção combinada de agentes bióticos (insectos como os coleópteros Phoracantha semipunctata ou Gonipterus scutellatus) e/ou factores abióticos (secura, ventos, tempestades, condições de frio excepcionais, etc.) enfraquece as árvores favorecendo o desenvolvimento de B. dothidea.
Factores de risco
- Presença de P. semipunctata na zona florestal.
- Árvores submetidas a condições de stress (secura, ventos, tempestades, frio intenso..).
Medidas de gestão
Medidas preventivas
- Espécies ou clones de eucaliptos bem adaptadas às condições locais.
- Espécies ou clones tolerantes à doença, sempre que possível.
- Promover o desenvolvimento das plantas nas melhores condições. Evitar adubações e podas excessivas.
- "Multch" em redor das plantas jovens e regas nos períodos de maior secura (caso das arvores ornamentais).
- Cortar e queimar os ramos secos e as árvores mortas ou muito afectadas.
Meios de luta
- Não existem fungicidas homologados contra esta doença.